quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

ALEXANDRE GARCIA - É JORNALISTA

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O Paraná, Terça-feira, 5/1/2010

Vingança ou maluquice?

Alexandre Garcia

O País viveu em paz por 30 anos, até que a dupla Genro/Vanucci resolveu desenterrar o passado.
Os militares não queriam o poder. Pressionados pelas ruas, pelos meios de informação, derrubaram Goulart e acabaram ficando 30 anos. Quando derrubaram o presidente, já havia grupos treinados em Cuba, na China e União Soviética para começar por aqui uma revolução socialista. Com a contra-revolução liderada pelos militares, esses grupos se reorganizaram para a resistência armada. E o governo se organizou para combatê-los. Houve uma guerra interna de que os brasileiros, em geral, não tomaram conhecimento porque enquanto durou, quase 20 anos, houve um total de 500 mortos - número que o trânsito, hoje, ultrapassa em menos de uma semana. Numa estratégia elaborada pela dupla Geisel-Golbery, planejou- se então devolver o poder aos civis de forma “lenta, gradual e segura”. E, como coroamento do processo, o governo fez aprovar no Congresso, em 1979, a Lei da Anistia, bem mais abrangente que a defendida pela oposição. Uma lei que pacificasse o país, no novo tempo de democracia que se iniciava. Uma anistia “ampla, geral e irrestrita”. Que institucionalizasse o esquecimento, a pá-de-cal, pelos crimes cometidos por ambos os contendores, na suja guerra interna. Incluíam-se os que mataram, assaltaram, jogaram bombas, roubaram - de um lado - e os que mataram e torturaram do outro. A Nação inteira respirou aliviada quando o Congresso aprovou o projeto do governo e os banidos e asilados começaram a voltar, entre eles o mais famoso de todos, Fernando Gabeira, que havia sequestrado, junto com Franklin Martins, o embaixador americano. E o Brasil viveu em paz por 30 anos, elegendo presidentes, descobrindo escândalos de corrupção, ganhando copas do mundo. Até que a dupla Tarso Genro, ministro da Justiça, e seu secretário de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, resolveram desenterrar o passado para se vingar de supostos algozes de seus companheiros de esquerda revolucionária. Criaram um órgão para isso. Puseram tudo num decreto, e passaram para o Gabinete Civil, da Ministra Dilma. De lá, o calhamaço foi para a assinatura do presidente Lula, envolvido, na Dinamarca, com a empulhação do “aquecimento global”. Lula alega que assinou sem ver. E eu fico curioso por saber se a assinatura tem valor, porque aqui no Brasil havia um presidente em exercício, José Alencar. O ministro Nélson Jobim, surpreendido com a unilateralidade do decreto, pediu demissão. E os três comandantes militares se solidarizaram com o ministro. Até que se revolva o impasse, está no ar a primeira crise militar do governo Lula. O decreto cria um órgão para estudar a revogação da pacificadora Lei de Anistia. Orienta a punição dos torturadores mas não dos sequestradores, assassinos e terroristas. Preserva, assim, soldados da guerra revolucionária como os ministros Dilma, Franklin e Minc. E vai atrás de coronéis da reserva. Baseia-se na Constituição, que considera tortura crime imprescritível; omite que terrorismo também é imprescritível, pela Constituição. E esquece o princípio de Direito pelo qual a lei só retroage para beneficiar o réu, não para condená-lo. A Lei de Anistia é de 1979 e a Constituição de 1988. Por que agitar um país pacificado? Vingança ou maluquice mesmo?
Alexandre Garcia é jornalista -
alexgar@terra. com.br

www.ternuma.coom.br

Um comentário:

  1. CAro Omapa e frustrante para todos nos ver que dois homens sao capazes de provocar tamanho prejuizo! Que tal colocarmos esses dois como "inimigos da nacao"? Para mim tem mais alguns. Eu incluiria juntamente com Tarso Genro e Paulo Vanucchi, a Dilma, o Ze Dirceu, O Minc, o lula, o Jenoino, o Renan, o Greenhalg, o Mercadante e muitos outros mais. Penso que nao vai demorar muito para que os militares tomem uma atitude. Afinal o que eles estao esperando? Se esses vermelhos querem Vamos acabar sim com a Lei de Anistia que so favoreace um dos lados, o pior dos lados! E punamos de verdade os responsaveis pelos atos do passado. Os militares penso que nao poderiam ser responsabilizados, a nao ser aqueles que agiram por conta propria e torturaram. Eles usaram a forca sim mas com o intuito de conter a onda de desordem provocada por perigosos bandidos, assim como acontece em todo mundo.

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